quarta-feira, 10 de novembro de 2010

entrada... por wodrum. apresentação realizada em jacobina para o grupo de pós-teoria da UNEB

imagens de celular (pixels) que não foram feitas diretamente da performance. mas de imagens reproduzidas em tela de notebook. uma "captação" técnica sobre outra "captação" e exposição técnica como se as máquinas pudessem simular o nosso processo interpretativo através da captações sucessivas.(e exposições sucessivas).........a idéia é criar imperfeições e sugerir um espaço aquático...............................

domingo, 10 de outubro de 2010

Entrada ao Preço da Razão

Entrada ao preço da Razão - Circulação Nordeste com Núcleo Vagapara - Projeto de Solos e Coletivos 2011/2012


Trecho Entrada ao preço da razão - Circulação interior da Bahia / Bom Jesus da Lapa 2011
http://www.youtube.com/watch?v=oLDbG20dK2k

Trecho Escola de Dança UFBA 2009
http://www.youtube.com/watch?v=R1puo0sLGac


Mudanças no Processo criativo:



Com a impossibilidade de deslocamento que a estrutura das caixas estabelecia ao trabalho Entrada ao Preço da Razão, fui deliciosamente obrigada, com a minha ida ao TEOREMA – São Paulo, a readaptar as idéias que emergiam do trabalho, bem como, a estrutura ambiência que comportava a performance. Considerando fundamental a relação do corpo com os arames, encontrei junto ao professor David Ianitelle – UFBA, um novo material que daria nova cara/estética e novas relações conceituais ao trabalho.


2008/2009
Agora a estrutura é metálica, instável e a fragmentação passa a ser apenas de ordem corporal, essa máquina metálica atribui um diálogo muito mais evidente quando se trata da modificação de um pelo outro, ou seja, o corpo manipula/modifica a estrutura e é manipulado/modificado por ela. Sendo assim, a estrutura ambiência está como extensão do corpo, como prótese, isso me levou a uma confirmação que já presumia, o aparelho do estado no sistema capitalista é onipotente, onipresente e a liberdade não existe. Finda o sonho da modernidade... E se ela é líquida*, a modernidade, as cidades precisam ser destruídas, pois a prática sensível do corpo humano com sua produção subjetiva e desintegradamente construída pela imposição espetacular da sociedade de consumo que constrói e planeja ordenadamente cada tijolo de um edifício “edifincado”, pressupõe que toda liquidez está apenas no campo psicológico.



[A imortalidade das instituições, e o medo da morte – Bauman]

Na Colônia Penal de Kafka, sugestão de leitura do professor Washington Drummond, após ter contato com meu trabalho, fez transbordar todas as micro macro relações de poder, das penas sobre o corpo que preserva a máquina infalível (aspiração moderna), numa verdadeira desumanização do homem. - O Livro narra à história de um explorador que, durante visita a uma colônia francesa, presencia o sistema empregado na execução de um soldado acusado de insubordinação. O sistema que o condenou está baseado numa doutrina jurídica arbitrária, em que o acusado não tem direito à defesa. Quem administra essa "justiça maquinal" é um instrumento de tortura que escreve lentamente sobre a pele, no corpo do condenado, com agulhas feitas de vidro, a sentença do crime que, muitas vezes, ele mesmo não sabe que cometeu.

"Andei e ando passeando por Foucault", e com ele, vou construindo pra mim mesma, o caldo teórico que o processo de criação dessa obra insita sobre as relações de poder e o histórico das penalidades e formas de manipulação/vigilância do sujeito, e isso que apresento aqui não se trata de uma legenda para o trabalho. É antes de tudo um exercício de reflexões sobre o mundo que tem como parâmetro o campo da arte, e isso é parte da minha formação e da consistência que desejo dar a construção do meu fazer artístico.

ops: na barra de vídeos do you tube que encontra-se no final da pag. desse blog, estão disponíveis algumas imagens (toscas) desse trabalho, apresentado em 2008 no teatro do movimento - escola de dança- ufba.

Histórico do processo: Entrada ao Preço da Razão








fotos: Aldren Lincoln 2007

Imersa no Teatro Mágico construído por Hesse em o Lobo da Estepe, passei a me interessar por todo e qualquer tipo de "representação social" que pudesse configurar um tempo histórico ou até mesmo perdurar por todos eles. A questão que me motivava era ainda turva, pois como dizer que imaplantamos "máscaras sociais" e não somos quem dizemos/aparentamos ser? Entrada ao preço da razão... somente para loucos... só para os raros... No momento em que Hesse apresenta um teatro mágico cheios de portas, espelhos e placas que estabelecem um jogo de relações e vivências, ele dilui a dialética homem / lobo e prpõe uma mutiplicidade de eus. O sujeito então, torna-se multipersonal, e junto a isso, o livro apresenta situações surreais, em que todas as questões filosóficas, eruditas e burgesas de uma época e em si mesmo, são vomitadas junto a atos anárquicos que ele pratica em delírio, como lançar bombas em automóveis etc.

Essas representações "me vieram" como espaços de construção simbólica das relações de poder no corpo, sendo as primeiras imagens, referentes a família e religião, impregnadas em valores morais... as pessoas na sala de jantar... junto a esses poderes, o estado, este, já diluido em muitas formas em diferentes períodos e contextos, implica num jogo de estratégias em multiplas faces em busca da ordem hegemônica as custas do seu próprio estátus muitas vezes egocêntrico e autoritário... mais a frente, completamente emaranhada das questões modernas, a pisicanálise e a noção de fragmento, a solidez da razão e os cárceres objetivos e subjetivos fantasiados no progresso acelerado e na possibilidade democrática!o sonho.

A configuração artística dessas reflexões ainda carredas de desejos anáquicos, se materializaram em 5 minutos ao sentar diante de duas caixas pretas, grandes, que se encontravam numa sala de dança, nelas refleti imagens de ações com visibilidade fragmentada do corpo, sugeriada pela estrutura das caixas, e uma trama de arames que indicassem adequações e trajetos para esse corpo. Os signos das rosas e vinho vieram como o suporte gástrico autoflagelante de suspensão...rs morte, amor, sangue de cristo, dionísio, coroa de espinhos e tudo mais que pode desdobrar a existência desses "signos" tão fortes e universais, são como referênciais comuns da permanência de algumas estruturas/instituições que aderimos por osmose histórica na constituição/subjetivação do corpo.

Essa primeira etapa do processo criativo, era a pura construção identitária da modernidade, ou os resquícios dela no meu corpo. E em pouco tempo, ao perceber as brechas do sistema, sugeri para estrutura, uma certa mobilidade, e adicionei rodinhas a ela, além de novas frestas... o ambiente agora erá móvel, mas estável... mihas ações instáveis, somaram os limiares entre subversão, submissão e autoflagelo, quais acordos possíveis? Nesse embate de forças, saia machucada.

Leituras em abstrações conectadas e criativas: primeiras "imagens"



Harry Haller é um homem de 50 anos que acredita que sua integridade depende da vida solitária que leva em meio às palavras de Goethe e as partituras de Mozart; um intelectual tentando equilibrar-se à beira do abismo dos problemas sociais e individuais, ante os quais a sua personalidade se torna cada vez mais ambivamente e, por fim, estilhaçada. A primeira parte do livro é o pesadelo do lobo Haller, sua depressão misantrópica e incapacidade de se comunicar, é na base da sua autodestruição. Na segunda o lobo se "humaniza", através da entrada em cena de Hermínia, que tenta reaproximá-lo do mundo, no caso, uma comunidade simplória, com salas de baile poeirentas e bares pobres.

O Lobo da Estepe foi escrito quando Hesse tinha 50 anos, como seu personagem, e estava profundamente influenciada pela psicanálise. O estilo adotado é altamente revolucionário para a época.