terça-feira, 22 de outubro de 2013

Ópera Nuda 2013


Ópera Nuda parte de uma exploração recente da artista no uso da produção de sonoridades e linguagens possíveis, onde ação e sonoridade acontecem em tempo real. Daí que a confluência de linguagens como o teatro, a dança, música e performance nesse trabalho podem ser pensadas não só como um tensionamento de possibilidades do corpo da artista como de metáforas como violência, sexualidade, futilidade e esgotamento de possibilidades que aparecem para pensar a precariedade do corpo, bem como, explode a definição da linguagem artística em suas gavetas de especificidade, assim, essa proposta transborda a noção de forma e propõe "personagens mínimos em série" que constrange e/ou tensiona nossos valores de civilidade. 
Essa criação é também uma parceria com Washington Drummond. O trabalho ainda em processo de criação é uma performance adaptável a diversos ambientes, desde palcos fixos a festas e/ou galerias. Nele, explora-se o uso da emissão vocal com um microfone, a fim de produzir uma língua "inventada", disforme e pouco compreensível, entoada por vezes como ópera, produzindo uma corporalidade que transita entre submissão/subversão “tudo superfície trágica” de um diálogo fictício com a famosa "boca de Beckett" (peça de Samuel Beckett, "NOT I" - 1973). A partir disso, as ações vão se desenvolvendo criando metáforas múltiplas e as vezes improváveis dessa relação Boca - Voz - Movimento. O corpo da performer está quase sempre de costas para o público, as emissões vocais são constantes e o esgotamento corporal reverbera na quase impossibilidade de movimento e de fala, e desse processo, se presentifica a debilidade e impotência do corpo.









Fotos: Ricardo Fernandes